Na última quarta-feira 09, o Instituto Amigos da Sopa de Alagoas -IASAL, promoveu uma palestra sobre suicídio, fazendo alusão à Campanha Setembro Amarelo. A reunião voltada para a comunidade do entorno, aconteceu na sede do IASAL e contou com a participação de profissionais como assistente social de psicólogas, com o objetivo de esclarecer dúvidas e orientar a população já que mesmo que haja tantos casos notórios crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema.
Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar e conscientizar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
De acordo com a psicóloga Selma Ferreira, o suicídio é um pedido de socorro que atinge todas as classes e raça. É como se alguém dissesse se livrar de uma dor, mas não consegue, então enxerga o suicídio como uma solução.
Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde OMS, uma pessoa comete suicídio a cada quatro segundos no mundo. Isso corresponde a 800.000 mortes por ano. Os dados são referentes a 2016 e o número é superior aos óbitos por malária, câncer de mama, guerra ou homicídio e significa “um sério problema de saúde pública global”, segundo a organização.
No Brasil, foram registrados 13.467 casos de suicídio em 2016, segundo a OMS. A grande maioria (10.203), entre homens. A tendência se repete em nível mundial. A taxa de homens que tiram a própria vida é quase o dobro das mulheres: 13,7 por 100.000 entre eles e 7,5% por 100.000 entre elas.
Para a psicóloga Selma Ferreira o suicídio ainda continua sendo um tema pouco abordado, por se tratar de um momento que provoca sofrimento entre os familiares; consequentemente muitos evitam falar. Mas ela reforça que a conversa é fundamental.
“Os jovens e crianças da atualidade não suportam tanta frustração como a juventude de décadas passadas, devido ao sistema emocional que precisa ser melhor trabalhado. Dificuldades no meio familiar e social são grandes gatinhos para desenvolver sofrimento emocional e desencadear o desejo de morte e consequentemente o suicídio. A conversa tem que ser um hábito dentro de casa. Isso evita muitos males e até tragédias”, informa a psicóloga que dá sugestões de como reverter o quadro inicial:
“Minha sugestão a princípio é a conversa, em seguida é importante que os pais no início dos sintomas de seus filhos vejam e analisem o comportamento, mas para isso é necessário ver a dinâmica familiar. Pais com problemas, envolvimento com alcoolismo, drogas e outros gatilhos também precisam ser trabalhados com intervenção correta e urgente vinda de um profissional capacitado.
vale ressaltar que o tema abordado não deve ficar somente no Setembro Amarelo e sim ser uma preocupação durante todo o ano. Pois a ocorrência de jovens e famílias fragilizadas ainda é recorrente.
A palestrante Juliana Omena, viveu uma experiência ao sentir vontade de tirar a própria vida, mas ela conseguiu sair dessa fase difícil e esteve na palestra para expor o que vivenciou a todos os presentes.
“Creio que consegui sair dessa fase por conta do sobrenatural, pois Deus me tirou de onde eu não conseguia sair por meio de muita oração. Eu estava com a minha vida afundada por conta de problemas financeiros e de uma separação. Isso me deixou muito mal. Foi uma fase difícil, mas hoje estou de pé e sei que não viveria tudo eu estou vivendo se não fosse Deus. Consegui pagar minhas dívidas, financiar ouro apartamento, hoje tenho uma vida tranquila e o apoio que tive da minha família foi fundamental nessa fase tão delicada que vivi.